Hipotireoidismo- A Saga
#tbt 10/01/2017
Este post é original de 10/01/2017
É sempre muito emocionante ler esse post, e mais emocionante ainda, é ver que isso foi só o começo de tudo que sou hoje.
Uma das coisas que eu quero passar pra você é que o seu coração, a sua intuição dificilmente estarão errados.
Seguir o coração e não aceitar as respostas e propostas do mundo exterior: isso é lindo, isso é sua história.
Cada vez mais tenho certeza que o fato de nós não sermos todo mundo, é a melhor coisa que poderia acontecer, sabia?
Você é dessa época que tudo começou a fazer sentido?
Olá paleofriends!
Tudo bem?Cá estou com mais um texto pro blog, que não é uma receita, e nem fala sobre comida.
Vamos falar sobre hipotireoidismo?Caso você ainda não saiba, sim eu tenho hipotireoidismo.
Comer comida de verdade me ajuda muito a viver com essa “doença” porque não podemos chamar de doença porque dá sim para viver muito bem com ela!
Bom, vou contar como tudo começou né?
No ano de 2010 foi quando tudo começou.
Após uma decepção muito grande no âmbito profissional e uns abalos na vida pessoal…Ixe, uma longa história, mas digamos que trabalhando como assistente de uma consultora de imagem acabei com uma carteira de trabalho com um registro de empregada doméstica e um fundo de garantia e salário desemprego que nunca existiu!
Mas vale lembrar que eu era humilhada e explorada. Descobri esse registro esquisito e fui mandada embora e cumpri aviso prévio.. oi?! Sim. Ah, comi soja nessas épocas..
Também no mesmo ano fui chamada pra ser mesária e ainda não passei na entrevista de uma escola porque eu deveria dar aula em inglês e na época eu fazia curso de francês e só saía francês da minha boca…rs! E pra ajudar, minha grande força que na época era meu namorado, hoje meu marido, estava trabalhando viajando demais e vivendo em outra cidade.. =(
Bom, como eu descobri que tinha alguma coisa de errado comigo: minhas unhas.
Sim, unhas. Mal sabia eu que existia hipotireoidismo, e que as unhas tivessem qualquer relação com isso
.Minhas unhas sempre foram longas, de madame como diz a minha mãe, e eu amava as unhas assim.
Como eu estava com a unha super fraca e quebrando um monte eu comentei com ela e então fomos ao dermatologista.Sim, ele que vê esses bafafás da unha, você sabia?
Eu não. Tá vendo eu não sabia nada de nada de nada.
Enfim, fui ao dermatologista e ele pediu vários exames, dentre eles o Tsh.
Eu não fazia idéia do que era isso. Fui lá e deu alterado, deu 5 e tantos, não recordo direito.
Como toda pessoa curiosa da vida, eu vim pra internet ver os resultados dos exames e tentei entender.
Na verdade não entendi nada, a não ser que não estava dentro dos parâmetros sugeridos pelo laboratório. Mas meu irmão que era estudante de medicina na época, ficou dando risada de mim por um século, falou que eu ficaria gorda, enfim, bobeiras pra me assustar mas que aí tomando remédio arrumaria.
Bom, eu nem sabia que seria tomar remédio pra sempre.
Na semana seguinte, fui à um médico que já teve seus tempos áureos com a famigerada dieta dos pontos (sério, odiava!!) Eu fui nele algumas vezes quando era criança.
E ele foi muito insensível, anti ético comigo. Pegou na minha garganta (onde fica a tireóide, caso não saiba!) e daí falou “Ah, isso tá normal. Não tem nada. Você tá gordinha porque tá comendo muito bolo nega maluca da sua mãe”. Porque era isso que ele tinha anotado de quando eu era criança. Saí de lá derrotada, entenda que eu te entendo.
A gente sabe quando alguma coisa não está normal! A gente sabe quando engorda quando come errado, e dá um desespero quando engorda sem fazer nada!Mesmo com tudo isso, ele me deu mais uma guia para exame, aí meu tsh foi pra 7. Confirmado meu hipotireoidismo mesmo, e pensar que ele riu. Ah, deixa pra lá né!
Coincidiu de ir na minha homeopata, e ela imediatamente me receitou o puran 25. Não dava pra esperar mais.
Sem falar que eu nem sabia, mas estava em depressão. Fora a ansiedade (mas isso é papo pra um outro texto, o de meditação e do mãos sem fronteiras!)Tudo eu chorava, tudo era difícil de ser feito, levantar da cama era um martírio.
Por estar desempregada, pela maneira que foi tudo.. Tinha mil projetos na cabeça, nenhum saía do lugar.
Só queria chorar, deitar e dormir. Ia dormir todos os dias chorando muito e pedindo um trabalho novo para Deus, eu não era uma pessoa ruim ou vagabunda. Porque eu queria trabalhar, só não conseguia por onde.
Passei com a melhor nota em uma seleção para uma escola, só que não tinha vaga no momento.. E assim fiquei esperando. Daí me chamaram pra ir trabalhar em outro estado, indo e vindo todos os dias na estrada. Todos da minha família foram contra. Continuei na mesma.
O exame seguinte daquele médico deu que meu tsh estava 7!!! Que desespero…Foi infernal. Mas sobrevivi. A gente só percebe o quanto dá pra melhorar quando está no fundo do fundo do poço. Eu estava, me ergui, i’m a titanium.
No ano seguinte, tudo mudou.
Emagreci, poderia escolher entre dois empregos dos sonhos.
No final do ano eu consegui um emprego de professora na escola que eu fiz meu estágio, já estava tudo certo.
Um dia, indo inclusive pro endócrino me ligaram de outra escola, que eu havia conseguido a vaga!
Uma escola onde estudei, com condições muito melhores, nossa.. inacreditável.
Fui para a entrevista e voltei chorando de alegria, eu soluçava.
Sou muito abençoada!
Antes não tinha nada e de repente poderia escolher! E eu já nem sabia, mas eu já estava aplicando a gratidão na minha vida. Mas vou falar sobre isso em um texto futuro, porque senão sabe que eu acabo escrevendo tudo confuso (tipo eu no snap..rs)
Tudo bem que a semana pedagógica de uma começava segunda e a outra na terça e eu jurava que conseguiria trabalhar em dois lugares ao mesmo tempo. Passei o final de semana a base de calmantes,…Sabe quando você não quer ser ingrata com nenhuma das oportunidades? Foi punk!
Comprei um carro bem simples para poder ir trabalhar, estava feliz!
Estava indo tudo bem até que..
Eu ainda era aquela pessoa que precisava comer de 2 em 2 horas.
Muito industrializado, muita bolacha, muito glúten.. No meu trabalho tem lanches demais, todos à base de carboidratos refinados. Todos!
E eu comia. Comia sem fome. Comia porque tinha que comer. Comia porque tinha que provar tudo. Comia porque tinha gente comendo. Era algo descontrolado, não era eu. Engordei, claro.
Mesmo fazendo academia, mesmo que fosse mais esteira que musculação.
Engordei, sanfonei, engordei. Pelo menos eu conseguia emagrecer quando segurava as porcariadas..
Mas a vida ensina né..
Em 2012 fiquei noiva. Queria estar magra para o casamento. Fiz muita academia, passei muita fome mas cheguei aonde queria. Consegui emagrecer. Estava linda, como eu sempre quis.
Em 2013 casei.
Fatores emocionais me derrubaram: um mês depois, minha cachorrinha de 16 anos morreu de câncer.
Mas ela não era apenas a minha cachorrinha. Entenda, ela veio tapar o buraco da tristeza de quando meu pai morreu. E aí que eu sei que ela esperou eu casar pra poder morrer. Nossa, acabou comigo.
Abriu todo aquele buraco que havia sido tapado na minha vida. Estava tudo lá exposto, e como doeu…
Talvez você não ache essa parte relevante, mas compreenda que hipotireoidismo vem do emocional. Todas as nossas doenças vem do nosso emocional.
As nossas emoções podem ser nossas melhores amigas ou piores inimigas.
Podem nos erguer ou nos derrubar. Leia o livro “Você pode curar sua vida” da Louise L. Hay.
Não sei se tive compulsão, mas comia. Comia demais. Vivia faminta, comia, comia, chorava.
Falava que “tinha fome de neandertal”, bom se fosse de um paleolítico..rs. Mas eu não sabia de nada.No mesmo ano não passei em uma entrevista importante de mestrado, de novo, despenquei morro abaixo. O bom que quando a gente chega lá no fundo do poço, é que só tem um lugar pra ir: pra cima!
Além de tudo estava cansada do meu endócrino. Eu falava tudo que ainda sentia e ele me ignorava totalmente e dizia que meus exames estavam normais. Mas a gente sabe quando não está bem, sente isso na alma. Saía de lá todas as vezes chorando e frustrada…
Até que no auge do peso, em 2014, comecei a ler sobre paleo e low carb. Parecia uma coisa absurda comer gordura e emagrecer.
Como estava desesperada, li tudo que podia. Li sites em português, inglês, francês e acredite, ainda assim fiz tudo muito errado.Para não me sentir sozinha em meio à um mundo que come de 3 em 3 horas barrinha de cereal (fui dessas!) abri meu instagram: paleomadameJá contei aqui na aba “minha história”
Baixei o aplicativo “Fat secret” não recomendo.
Queria bater o gráfico de 80% gordura e pouquíssimos carboidratos. A tal da cetose né gentes!
Fiz isso no começo e engordei mais! Sim, me matando na academia todos os dias, usando frequencímetro (gastava 2000 calorias por dia), comia pouco e tudo conforme o gráfico.Olha meu instagram no começo e veja que frustrante foi tudo.
Veja meus pratos, muita gordura.. Não me arrependo dessas fotos e deixo elas lá porque elas fazem parte do meu processo.
Como lidar com isso??Porque todo mundo emagrecia e eu engordava???
Porque para mim cetose me fazia mal, me inchava? Porque eu ficava com dor de estômago? Porque meu intestino não funcionava?
Bom, dei minha última tentativa para um médico aqui em Curitiba que se intitula paleo-lowcarb. No começo parecia tudo muito ótimo, queria saber onde estava errando.
Mas não, ele disse que o puran não estava tendo efeito e me receitou altas doses de T3!
Uma pessoa desesperada nem se questiona né. Ainda mais um médico. Aham, fui nessa!Tomei o T3 e fui estranhamente emagrecendo fazendo tudo errado.
Mas isso foi só até um certo ponto.Sim, depois eu comecei a engordar tomando o T3!
Voltei nesse médico e ele falou que os valores estavam ao contrário sabe aquela (< ou >) dos exames de laboratório?Meu tsh estava 0,00 alguma coisa! E eu estava em pânico com tudo aquilo. Não é possível! Tinha alguma coisa errada!!!
Voltei na minha homeopata que me indicou um endócrino. Foi bem ruim essa experiência.
Ele foi julgando o T3 e falou que não iria me consultar mais. Fora que eu estava com muita taquicardia, no fim das contas ele não ajudou em na-da.
Continuava engordando, unhas quebrando, cabelos caindo, desânimo, tristeza..
Percebia nos exames que meu cortisol estava alto, mas de novo, eu não entendia nada do que ocorria comigo.
Comecei a pesquisar e ler muito sobre o assunto!
Se não tinha nenhum médico para me ajudar eu ia atrás de conhecimento, para entender tudo e poder analisar e compreender o que eu estava fazendo de errado!Me inscrevi em inúmeros congressos online de tireóide, todos os textos sobre o assunto em inglês, das melhores autoridades no assunto.Li em muitos lugares que esse problema: hipotireoidismo é causado por algo que nos abala muito emocionalmente. Por isso vem acompanhado de depressão!Meu hipotireoidismo é o subclínico, não tenho de hashimoto.
T3 é perigoso quando tomado sem responsabilidade, descobri que estava com HIPER e engordando.
Sim, aquele médico fake da paleo me deixou com hiper, porque deu T3 demais sem pensar nas consequências!!!
Hiper precisa virar hipo! Porque hipo é mais fácil de tratar.Larguei o T3!
Fiquei horas e horas no skype com uma mulher dos EUA conversando sobre stress e fadiga adrenal tentando encontrar qual era o meu problema.
Glúten aumenta todos os processos inflamatórios do organismo, pior coisa da vida se você tem tireóide afetada! Ainda bem que desse mal eu estou livre.
Comecei a pesquisar sobre fadiga adrenal e cortisol elevado.
Agora já sei que está tudo interligado, que se o seu cortisol está alto fatalmente afetará todos os hormônios do corpo!
Li muito www.paleoforwoman.com e www.chriskresser.com e aprendi que mulheres com hipotireoidismo não devem fazer very very low carb porque isso estressa ainda mais um corpo já estressado!
Li que mulheres com hipotireoidismo devem fazer o uso dos carboidratos gentis (aipim, batata doce, cará, inhame), acalmando assim esse corpo estressado e conseguindo consequentemente o equilíbrio e a perda de peso!
Deletei o aplicativo “Fat Secret”.
Voltei a comer tapioca e demais carboidratos gentis.
Comecei a aceitar a gordura natural dos alimentos, não me entupir dela.
Comer muita comida de verdade.
Me apaixonei mais e mais pela cozinha, cozinhar, criar receitas…
Mais uma tentativa, mais uma endócrino. Isso em setembro de 2014. Foi uma consulta muito longa, de três horas acho. Tudo pra ouvir o que eu já sentia: você está muito estressada.
Ora, qual é a reação cabível de uma pessoa estressada ao ouvir que está estressada???
A gente quer se arrumar!
Como alguém se desestressa? Parecia coisa impossível de ser feita, uma vez que só de pensar em me desestressar eu já ficava ainda mais estressada!
Fui para casa sem muita esperança, apesar de tudo que eu já havia lido nessa vida eu simplesmente não sabia nem como, nem por onde começar!
O Universo tem maneiras surpreendentes de mostrar caminhos.
No dia seguinte à minha consulta, fui trabalhar na escola.
Chegando lá, fiquei sabendo que tinha uma mulher ensinando meditação para as crianças.
Eu sempre quis saber como era de fato, porque como falo sempre no snap: paleomadame, tem muito mito em torno disso. Eu era uma destas pessoas que não tinha idéia de como era simples.
No fim, acabei assistindo a palestra porque pegava uma aula minha. Na verdade eu não fiz a meditação, porque eu tinha que cuidar dos alunos, mas aí tinha um folder igual esse papel e eu fiquei pensando…
O primeiro item! “Diminuição do estresse”! É um sinal do universo, eu senti!
Aí li “Fortalecimento do sistema imunológico” eu estava com uma saúde péssima, adoeci muito facilmente..Aliás em 2013 tive pneumonia no aniversário de morte do meu pai (sim, o mesmo dia que eu criei o blog em 2014, tá vendo?!).
“Equilíbrio do sistema nervoso”, Jesus, esse papel estava falando comigo!!! Eu estava no meu limite
E por fim, “controle de dores em geral”, que também veio a calhar. Mas assim, eu quero que você entenda que é muito mais do que só isso. Só quem faz o curso e dá continuidade nisso na vida entende o quanto tudo isso é muito muito maior!!!
Enfim, eu tirei foto do papel e mandei pra minha mãe, ela me deu os cursos de presente.
Cursos do www.maossemfronteiras.com.br
Fiz o nível 1 e 2 em setembro. Fiz o nível 3 em novembro.
Mudou minha vida.
Sou voluntária, já fui ajudar em muitos cursos, hoje não consigo mais pela falta de tempo.
Mas falo disso pra vocês sempre, porque olha tudo que eu passei (isso que tem muitaaaa coisa que não escrevi), eu sei.
Não sou mais estressada, medito todos os dias,
Faço estimulação neural todos os dias.
Parece redundante falar disso, mas todos os caminhos me levaram até aqui.
E hoje, sou grata.
Tudo que eu passei, fez a Paleomadame surgir.
Se tudo estivesse bem, talvez eu ainda estivesse comendo barrinhas de cereal de 1 em 1 hora e morrendo de fome. E me privando. E passando vontades.. E tendo medo da comida e de cozinhar…! Mas não!!!
Passar por isso fez surgir alguém que eu desconhecia! Uma pessoa apaixonada por um estilo de vida saudável, uma pessoa que evoluiu mentalmente, espiritualmente, fisicamente. Uma pessoa que escreveu 3 e-books em um ano por que se redescobriu.
Quando me abri, vi quantas pessoas se identificaram!
Eu precisava escrever esse texto, queria ir de novo além do instagram e do snapchat.
Cada vez que eu contava minha história eu pensava: “bem capaz que alguém aqui passou por overtrainning, hipotireoidismo, cortisol elevado quase fadiga adrenal, comeu tudo errado very very low carb!!!”
Que nada.
Tem muita gente na mesma situação que eu estive.
Então pra te dizer que hipotireoidismo não é o fim do caminho, e sim o começo de um novo.
Me emocionei muito ao escrever esse livro (livro né gente, texto é menor..rs), porque tudo, absolutamente tudo que eu passei, me fez uma pessoa melhor.
Gratidão por ler tudo,
Espero de coração poder ajudar quem estiver passando pelo mesmo,
Bisous,
Paleomadame
Me identifiquei muito com esse texto… estou na mesma situação. Quero muito me cuidar, mas estou sem forças.
Fábia, sei que dá muita vontade de desistir.
Mas não desista, você vai ver que vai valer a pena!
Conte comigo!
Bisous,
Paleomadame <3